domingo, 31 de julho de 2011

Onde Queria Estar

Em primeiro momento, pensei que trocaria a eternidade para que essa noite não tivesse fim. Mas logo depois, desejei apenas que fosse mais um dia inesquecível que viverei com você. Entre os que já foram e, principalmente, os muitos que ainda virão.

Acordei relativamente cedo de acordo com o que tinha de obrigações a fazer, mas é maravilhoso despertar ouvindo a voz ouço sempre em meus sonhos – e em minha realidade também – há um tempo.
Atendi o celular e o timbre sexy da voz falou comigo com extrema doçura. E a vontade de me deixar envolver por seus braços sempre se torna inevitável. Abro o maior sorriso possível e desejo com todo o meu coração que seu dia seja maravilhoso.
As horas do dia passaram torturadamente devagar. Contei cada minuto até ser surpreendida com a visão de seu rosto sorridente – mesmo depois de um dia de trabalho. Fico sempre surpresa ao localizá-la. Meus sentimentos e sentidos me surpreendem ironicamente agindo sempre da mesma forma, como na primeira vez.
Inicialmente, fico levemente tímida, imaginando se há algo de errado com meu cabelo, ou roupa. Com o rápido passar do tempo, me solto e fico pouco mais confiante. E extremamente sorridente. Porque em cada palavra e/ou gesto realizado, me apaixono ainda mais. Meu estômago frio e o coração acelerado se acalmam e fico ainda mais do que confortável com sua presença. Sinto-me completa.

Conversamos descontraidamente, encarando nosso olhar. Seu rosto prende toda a minha atenção e nada ao redor é mais atraente do que observar cada detalhe dele. Encosto a cabeça em seu ombro e sinto seu perfume que me faz suspirar inconscientemente. Você carinhosamente afaga meus cabelos e nesse instante, parece que não me afastei de você um segundo sequer, desde a última vez que nos vimos.
Enfim, o momento tão esperado acontece. Estamos a sós. Você, eu e nosso sentimento. Dividindo o mesmo espaço em harmonia e com o mesmo desejo: estarmos um dentro do outro.
Após vários jogos de sedução, a atração toma parte completa de nosso corpo até o ponto de não conseguirmos mais nos soltar. Abraços, beijos e carícias. Meu corpo é entregue totalmente a você. Um refúgio de mim e encontro da verdadeira felicidade. É em você que me sinto segura e completa. Em você, sou sã e levemente insana. Sou equilibradamente desequilibrada.
Perco a noção do tempo exterior. As horas passam e tudo com o que me importo, está comigo. Mergulho em teu ser e te descubro tão minha, quanto sou sua.

Ao cair da noite, o cansaço de um dia longo deixa ser percebido. Deitamos, lado a lado, ainda sentindo o calor de nossos corpos. Envolvo você em um abraço, sentindo o cheiro de sua pele nas costas exposta.
O silêncio domina, e só consigo ouvir o som da sua respiração já adormecida. Com um dos braços, me mantém próxima, mesmo que parcialmente inconsciente. Inspiro profundamente antes de fechar meus olhos e acalmar os pensamentos.
Ali, naquele momento, reflito por tudo o que vivi em minha vida. Um resumo passa pela minha mente enquanto o sono não aparece. E então chego à conclusão que não me arrependo de absolutamente nada do que fiz. Todos os atos e reações me trouxeram para esse dia, nesse exato momento.
E então um sorriso espontâneo surge em meus lábios e tenho a convicção de que estou exatamente onde queria estar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Em frente

Meu corpo inteiro tremia, mas não estava exatamente frio. Os dentes rangiam e a língua estava presa em protesto de fala. Na garganta, um nó que doía no peito. Ou no peito um aperto tão profundo, que puxava a garganta. Não conseguia discernir o que realmente era, mas machucava muito. Soluçava regularmente e nesse manifesto de vida, buscava puxar o ar para dentro dos meus pulmões que já apresentavam falta dele.
Estava caída, encolhida, abraçando meus joelhos. Minhas mãos iam para meu rosto, limpando as lágrimas que escorriam por querer. Em minha mente, um mar de informações. No céu, a nova lua já estava exposta. A mesma que me trouxe a tona a realidade de um fim. Não tinha forças para lutar contra, nem de me levantar naquele momento. O mundo parecia ter parado de girar, os segundos passavam lentamente, prolongando a agonia e exaustão do meu interior.

Passaram se horas e eu estava na mesma posição, intacta. Tremia menos, e minha boca estava imóvel. Meu cérebro latejava com as memórias. Doía, pesava. As lágrimas ainda caíam lentamente, parecendo acariciar minha pele, em uma tentativa de consolo. Eu estava sozinha, completamente sozinha. O quarto num breu e assim eu me sentia segura, de certa forma.

Uma luz aos meus pés faz arder meus olhos. O celular tocava aquela música. A nossa música. Ele parecia cada vez mais alto, sua vibração fazia meu pé tremer, a música me ensurdecia. Na tela vi sua foto acompanhada de seu nome logo abaixo. Parou. A luz apagou e tudo voltou ao breu. Depois de alguns segundos, novamente a mesma tortura. Peguei-o meio desconcertada, limpei a garganta e atendi a ligação.
A voz do outro lado da linha estava ansiosa.

- O que aconteceu com você? – não respondi. Mantive meu silêncio e a minha calma. O aperto no peito triplicou apenas com o timbre da voz, meus pensamentos se perderam. – Por que está fazendo isso comigo?

- Por que VOCÊ fez isso comigo? - respondi quase que imediatamente.

- Não estou entendendo... – respirei fundo. – Fala comigo!

- Eu não tenho absolutamente nada para falar com você. Já falamos tudo o que
tínhamos pra falar.

- Pára! Pára de me tratar assim.

- Sabe qual o problema? O problema é que eu sempre esperei demais de você. Dei-lhe o impossível e recebi o conveniente. Fiz de tudo e recebi o básico. Eu AMEI e fui admirada pela minha forma de amar.

- Do que você tá falando? Já não foi resolvido? – a voz ameaçava chorar.

- Já sim. Eu já resolvi tudo. Eu cansei! – as minhas lágrimas secaram, e minha voz estava firme. – Seja feliz.

- Não! Não faça isso...

- Já está feito. Você o fazia desde quando me conheceu. Acabou.

Larguei o aparelho no chão, juntamente com o meu eu de momentos atrás. Firmei as pernas e levantei meu corpo num só impulso. Balancei levemente de fraqueza, mas logo firmei meus pés. Os primeiros passos foram difíceis e eu os dei. Um de cada vez, até pegar o equilíbrio. No sexto passo parei. Fechei os olhos e respirei fundo. Ouvia de longe o barulho da música. Aquela que costumava ser nossa. Baixei a cabeça e quase olhei para trás, até uma mão macia surpreender meu movimento, segurando meu queixo, virando-me para olhar seus lindos olhos cor de mel. Seu rosto tão branco que iluminou todo o ambiente.

- Não ande para trás. Venha comigo! – o sorriso mais encantador que havia reparado há meses. – Vamos! Não há mais tempo a perder.

Deu alguns passos a minha frente. Hesitei ao ouvir o final da música até que ela parou. E ainda sentia o toque angelical me puxando levemente, como se estivesse me dando a chance de decidir.

A música começou novamente como uma punhalada em meu peito. Quase me curvei com a dor, minha garganta travou novamente e nesse momento as mãos viraram braços, me envolveram e me deram apoio.

- Não faça nada contra a sua vontade. – disse para mim, ainda me dando o poder da escolha.

A dor insuportável continuava mesmo com essa presença ilustre. Não tive forças para responder, ou para decidir, apenas olhei adiante, à nossa frente. Algumas lágrimas escorreram do meu rosto, mas não desisti.

- Vai passar... Isso tudo vai passar!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Real ao sentir

A brisa tocou o meu rosto e eu abri os olhos. Dei alguns passos curtos e melancólicos até a beira do mar, sentei na areia ainda seca, abracei meus joelhos e descansei minha cabeça nos mesmos enquanto olhava o horizonte.


O céu se estendia num lindo manto azul claro, sem nuvem alguma. Os raios de sol pareciam brincar com o mar, brilhando de maneiras diferentes a cada movimento das ondas. Vários pássaros voavam e cantavam o dia maravilhoso que nasceu há pouco. Tudo tão perfeito, e mesmo assim, algo não estava do jeito que eu queria.

Respirei fundo e fechei os olhos, procurando a razão desse sentimento. E encontrei. Em minha mente se formou aquele rosto angelical, com traços tão delicados que pareciam ser desenhados à mão, os olhos castanhos profundos olhavam pra mim e diziam...

- Bom dia meu amor! – uma voz grossa disse sussurrando em meu ouvindo, fazendo sumir toda a lembrança. Senti braços fortes envolverem minha cintura por trás num abraço afetivo. Relaxei as pernas e segurei o braço mansamente com minhas mãos.

- Bom dia! – respondi tentando esconder o desânimo na voz.

- O dia está maravilhoso, não é?

- É, está sim.

- Você está bem Bia? Dormiu bem? – fiz que sim com a cabeça, sem olhar em direção ao rosto que comigo falava. – Assustei quando não te encontrei na barraca na hora em que acordei... Mas te vi aqui e não resisti te deixar sozinha. Quer que eu saia?

O sim quase escapou da minha garganta.

- Não, claro que não Digo. Só estava respirando um ar puro. – respondi virando meu rosto para aquele que estava atrás de mim, me abraçando como se eu fosse seu bem mais valioso. Não era o rosto que estava em minha mente e disso eu já sabia. – E você, está bem?

- Estou com você, em uma praia num dia lindo como esse. Algum motivo para não estar? – ele abriu um sorriso maravilhoso, expondo seus dentes brancos e alinhados.

O Rodrigo era realmente lindo. Seu maxilar quadrado e sua barba por fazer eram um charme irresistível. Os cabelos negros e lisos, sempre mal penteados caiam em parte em seu rosto. Um rosto lindo, eu admito. Pele clara, olhos esverdeados, o nariz totalmente proporcional ao rosto e a boca carnuda avermelhada. Desde quando começamos a namorar me sentia tão orgulhosa por ter alguém assim ao meu lado. Mas não era mais o que eu sonhava.

- Temos que ir embora Bia. Aproveitamos a praia ontem, hoje já é dia de voltar à rotina... Hoje é segunda e mesmo que está de folga do trabalho, a faculdade funciona!

Logo senti um frio na barriga, um ventinho gelado subir pelo meu corpo e meu coração bateu forte.

- É verdade! – soltei com empolgação. – Então vamos que tenho que ver se as matérias estão em ordem... – O beijei levemente nos lábios e logo me levantei e fui rapidamente em direção a barraca, junto a ele.

Arrumamos as coisas e levamos ao jipe estacionado no outro lado do Camping. Nos despedimos do Guarujá e estávamos em Campinas algumas horas depois.

Fiquei inquieta a viagem toda, ouvindo músicas que me traziam lembranças, viajando também em meus pensamentos. Assim que cheguei, peguei minha mochila, despedi do meu namorado e entrei correndo no prédio onde morava, no Cambuí.

- Bia! Mas já está em casa? – minha mãe veio me abraçar.

- Hoje é segunda mãe. Tem aula!

- Mas filha... Não pode faltar um diazinho pra relaxar? Amanhã é feriado.

- Já relaxei esse final de semana inteirinho mãe. Agora me deixa estudar. – sorri abraçando-a e passando pelo meu pai, que dormia no sofá com a TV ligada.

- Nunca vi como gosta de ir pra faculdade... – ouvi minha mãe falar em tom de orgulho enquanto me dirigia para o meu quarto.

O relógio marcava 17h e 30min. Tomei banho e me arrumei calmamente. Faltando 30min para as 19h eu já estava em minha sala, de pernas cruzadas, inquieta. A cada segundo, olhava para a porta, como se esperando alguém entrar por ela. Meu cabelo louro escuro estava preso em um rabo-de-cavalo desalinhado, a babylook branca completava o visual básico com a calça jeans escura e tênis. Olhava compulsivamente para minhas mãos tentando disfarçar a ansiedade quando senti alguém sentando levemente na carteira ao meu lado.

- Pensei que não viria hoje Bia. – aquela voz doce invadiu meus ouvidos fazendo brotar um sorriso em meus lábios instantaneamente. Olhei em direção a voz, encantada. – Oi! – esse sim era o rosto que eu quis ver por todo o fim de semana, com o sorriso tão satisfeito quanto o meu.

- Oi... – soltei, ainda meio sem graça e feliz por estar exatamente ali.

A sala estava vazia e os alunos eram poucos, devido ao feriado no dia seguinte.

Mal conseguia desviar meus olhos daquele rosto, e minha bochecha corava por isso. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo desde a quarta passada. Ao meu lado estava o rosto que eu queria e não queria ver por todos os dias que estive longe. O rosto que queria esquecer, mas ao mesmo tempo lembrar cada detalhe. A voz que rondava minha cabeça dizendo palavras que mexeram comigo.

- Bia? Você está bem? Desculpa se vim falar com você... É que...

- Não! Não saia daqui Lu. – disse desesperadamente.

- É que você não está falando nada... – a voz estava desconcertada, confusa. – Quer que eu fique mesmo?

- Vim por isso. – confessei, aliviada de certa forma. – Você está linda.

Sim, linda. Ao meu lado estava uma mulher linda! O cabelo louro claro e liso modelável estava com um corte novo. Mais curto atrás e na altura do queixo na frente, deixando leve o rosto que o completava. A pele branca e aparentemente macia, com as bochechas levemente rosadas e os olhar profundo, envolvente. A boca delicada sorria em minha direção. A altura de Luana era igual a minha. O corpo escultural. Ela vestia algo básico também. Babylook vermelha e calça jeans skinny clara.

- Não mais que você. – ela disse, me deixando ainda mais envergonhada.

Ficamos conversando sobre coisas alheias do final de semana. Ela cantou em dois barzinhos diferentes, e estava animada com isso. Fizeram pedidos e adoraram as suas composições também. Além de todo o charme nato, Luana cantava e tocava. Tinha a voz mais doce e aveludada de todas as cantoras que já ouvi. Lhe contei da viagem planejada com o meu namorado. Empolgação era o que faltava enquanto contava das trilhas e dos mergulhos, mas ela logo torceu o nariz quando citei o nome dele.

- Acho que vou ter que dispensar vocês. – a voz do professor carrancudo de Direito nos interrompeu. Olhamos em volta e só mais dois ou três alunos completavam a sala. – Só se quiserem muito ter aula hoje... – todos responderam não, como se houvéssemos ensaiado.

- E então...?! – Luana disse voltando seus olhos nos meus.

- Então é isso. – respondi ainda sem jeito. Aquele olhar me intimidava de certa forma que as palavras faltavam.

- Te vejo na quarta? – fiz que sim levemente com a cabeça e não me movi mais. Ela aproximou do meu rosto e deu um beijo na bochecha. Seu perfume invadiu minhas narinas fazendo-me suspirar inconscientemente, fechei os olhos como se quisesse prolongar aquele momento. Quando abri, ela estava de costas pra mim, meus lábios se afastaram e eu quase protestei para que ficasse, mas ela parou. Mesmo de costas, e soltou um riso de quem estava realmente se divertindo. – Como posso ser tão boba? Isso é patético. – e continuava rindo, sem me encarar.

- Não entendi Lu... – ela subitamente virou-se e veio ao meu encontro, sentou-se ainda mais perto de mim e eu podia sentir seu hálito quente bem em meu nariz e sua respiração ofegante.

- Como posso ser tão boba de não conseguir tirar você da minha cabeça? De passar cada minuto imaginando o que você está fazendo, com quem está e se também está sentindo falta de mim? Querer estar com você a cada minuto, e fingir tanta naturalidade ao deixá-la aqui, nessa carteira, desejando tanto quanto eu tudo o que estou te falando... Se não é assim, por favor, me diga. Diga que seu coração está pulsando rapidamente porque está assustada comigo, fala que você prendeu a respiração para não sentir meu cheiro, por favor, diga alguma coisa! – seus olhos suplicavam por alguma resposta.

- Vamos sair daqui. – foi o que eu consegui dizer. Ela relaxou seus ombros e respirou fundo. Fiz o mesmo. Peguei minha bolsa e fui em direção ao meu carro, no estacionamento da faculdade. Ela estava a dois passos atrás de mim.

Entramos no carro e eu dirigi em silêncio até uma praça bem movimentada, e alguns barzinhos ao redor. O clima de feriado estava pairando sobre o ar. A rua lotada, risadas e conversas altas, as pessoas relaxando e esquecendo completamente dos problemas do dia-a-dia. Dentro do carro, o clima estava ligeiramente tenso. Luana apertou o play do meu som e Marisa Monte começou a cantarolar ‘Deixa eu dizer que te amo, deixa eu pensar em você... Isso me acalma, me acolhe a alma, isso me ajuda a viver... ’. Um sorriso brotou em seus lábios e eu me encolhi, envergonhada.

- Marisa Monte é? – ela começou o assunto.

- É... – minha voz quase sumindo.

- Beatriz... Olha pra mim. – a obedeci. – Fala, por favor. Esse seu silêncio está me torturando a cada dia... Quando penso que me equivoquei, você me olha e sorri. Se te procurava você fugia, esquivava... Agora essa música no seu player. Tá tudo muito confuso!

- Eu sei. Está tudo muito confuso mesmo! Desde daquele dia em que conversamos, e que você disse que eu era diferente das outras meninas... Que você me via diferente, eu não sei exatamente o que pensar. Sei admirar mulheres, claro. Mas com você é diferente. Eu admiro, e quero estar. E isso às vezes parece tão errado, mas para mim, parece tão certo. Não houve um segundo sequer que não desejei você ao meu lado naquela praia, vendo o sol se pôr, sentindo o balanço das ondas. Sonhei a cada instante com o dia que iria poder revê-la, e se todo esse sentimento continuaria em mim...

- E... – ela puxou, quando parei de falar.

- E... Continuou. – confessei.

- Oh Bia... – ela se aproximou para um abraço e eu me protegi. Enquanto isso, Marisa insistia em seu refrão ‘Amor, I love You, amor I love You...’

Ficamos um tempo em silêncio. Eu estava com medo de encará-la e ela olhava fixamente para mim, até que começou a cantar junto com a música – ‘Meu peito agora dispara, vivo em constante alegria, é o amor que está aqui...’ – Senti sua voz aproximando calmamente do meu ouvido, seguindo perfeitamente o ritmo da música e soltando a voz que tanto me encantará. – ‘Deixa eu dizer que te amo, deixa eu gostar de você, isso me acalma...’ – virei meu rosto para ela neste momento, e seus lábios tocaram levemente o meu. Um frio subiu pela minha espinha, seguido de um calor incontrolável. Não sabia exatamente o que estava sentindo, só não queria que aquele momento terminasse nunca. O embalo da música terminou, e nossos lábios se separaram. Ela segurou meu rosto com a sua mão e perguntou – Como ficamos?

- Juntas! – respondi, sem ao menos pensar. Não estava preocupada com o que os outros pensariam, só estava preocupada em ser feliz. E eu estava mais feliz do que nunca.